Monday, September 24, 2007

Só escrevendo III

Ele ficou vermelho.
Ela ficou sem graça.
Então ele levantou e foi até a janela, ficou com o olhar perdido lá em baixo, o branco das casas. Aquilo costumava deixar ele até feliz. O bairro podia estar em decadência, mas enquanto os muros estivessem brancos todos achariam que está tudo bem. Então ele olhou pro lado e Clarice estava lá com o salgadinho na mão, encarando ele.
-Então... o que você faz?
-Penso... -disse ele voltando o olhar pro branco de lá de fora.
-Hum...- por que ele estava cortando o assunto, será que eu ofendi ele?, pensou Clarice- Hum... humrum. Legal... e agente vai ficar aqui pensando e olhando pela janela?
Aquilo tirou ele do transe e ele perguntou de um modo desinteressado:
-E você, faz o que?
Ela mastigando os salgadinhos fez uma cara de quem tenta lembrar uma coisa que aconteceu a muito tempo, como quando agente tenta lembrar da cor da nossa primeira bicicleta.
-Não sei... acho que não faço nada.
-Nada?
-É. Acho que sim... eu só... fico andando.
-Hum... uma viagem?
-Quase. Na verdade sim, mas não. Eu só não quero mais ficar parada. Há alguns dias tudo que eu conhecia desmoronou, e eu tive uma chance pra recomeçar minha vida... Só que ainda não quero fazer isso.

Será que seria só aquilo? Será que era a hora dela falar que ia sair?, era o que Clarice se perguntava. Carlos não se perguntava nada. Ele se sentia estranho, como se alguém tivesse enchido ele de gás hélio, e ele agora estivesse vendo toda a cidade de lá de cima, com medo de uma brisa muito forte e com medo de que se abrisse a boca o hélio escaparia e ele cairia. E quebrando o silêncio dos pensamentos Clarice disse:
-Quer fazer alguma coisa?
-Ahn? Que coisa?
-Ah, isso tanto faz... só fazer alguma coisa, sei lá, algum jogo, ir pra algum lugar...
-Por que, você quer jogar o que?
-Que tal verdade ou desafio?
-Que?... -É, ela era do tipo de pessoa ímpar que sempre diz o que agente menos espera em horas mais inusitadas.- Faz tempo que eu não brinco disso... tipo, uns 10 anos. -disse ele com sarcasmo.
-Tudo bem o que você não lembrar me pergunta que eu refresco sua memória.
De uma duas; ou ela é do tipo de pessoa que nunca percebe o sarcasmo, e faz quem falou parecer idiota, ou ela é do tipo de pessoa que ignora as pessoas quando são sarcásticas só pra elas se sentirem idiotas, pensou Carlos. E ele resolveu que seria bom se ele explicasse pra ela que ele tinha sido sarcástico e que não ia jogar 'verdade ou desafio', mas era tarde e ela já tinha pegado uma garrafa de vinho vazia em um dos cantos, e se sentado. Foi como se ela não ligasse pro que o Carlos queria, como se as vontades dele fossem totalmente irrelevantes. E ele sentindo-se impotente sentou, como um garotinho. "Esse lado pergunta e esse responde." disse ela como quem conta um grande segredo pra um peixe retardado, exagerando na gesticulação.
Então num gesto com graça colocou a garrafa no chão e girou. E a garrafa parou. E ela encarou ele:
-Verdade ou desafio?
-Ah, tanto faz...
Ela lançou um olhar que foi mais cruel que mastigar o peixe de estimação de alguém vivo, na frente do proprio dono.
-Er... digo, verdade.
-Qual seu nome? - as pessoas nessa hora costumam fazer mistério, parar, pensar, falar que estão indecisas e todo um teatro. Ela simplesmente não precisava daquilo.
-Ah, eu esqueci de me apresentar, pode me chamar de Carlos. - É, aquilo soou bem artificial. Na cabeça dele tinha soado como naqueles filmes que o cara é bem articulado e sempre sabe o que falar.
-Carlos... Hah!
-Que tem de errado em Carlos?
-Não, nada, nadinha mesmo. Gira.
E ele girou. E aqueles segundos que a garrafa girava duraram uma eternidade, todos acompanhando a tampa branca, e trocando olhares de vez enquando. Então ela parou de lado.
-O sofá pergunta a janela responde. -Disse ela. E se o Carlos tivesse dito aquilo ele pareceria ridículo, talvez muita gente parecesse ridícula com aquela fala, mas com ela, aquelas falas eram o tipo de coisa que você passa uma vida toda pra poder escutar. Ele riu. Ou melhor dizendo, sorriu, e ela fez o mesmo. Ele pôs a mão na garrafa e girou. E agora ninguém olhava pra garrafa, os dois estavam se olhando, a garrafa girando, o som dos carros dois andares à baixo, e só agora ele havia reparado que o sol que vinha da janela fazia um quadrado perfeito aonde eles estavam sentados.
-Sua vez.
-Que?
-Pergunta "verdade ou desafio" pra mim.
Será que ela realmente achou que ele tinha esquecido as regras? Não faz diferença, pensou ele.
-Verdade ou desafio?
"Verdade" disse ela como se a pronuncia dessas palavras lhe causassem dor.
-Ok... Deixa eu ver... - e ele estudou ela da cabeça aos pés. Nada à perguntar. Era como se ele já conhecesse ela à anos, e mesmo o maior segredo dela fosse uma coisa da rotina.



~[Cansei de escrever. Deixa o mistéro pro proximo se eu realmente decidir escrever um próximo...]

Monday, September 17, 2007

Só escrevendo II

Agora ele está parado em frente a prateleira de porcarias. Dessas porcarias que toda criança gosta, bolachas, salgadinhos, essas coisas que passam nas propagandas do cartoon network que fazem agente querer comer fígado acebolado com uma boa salada de espinafre.
Ele poderia seguir varias lógicas, varias linhas de raciocínio, muitas iam levar aonde ele queria. Um lugar onde o chamado "roubo" na realidade das pessoas normais vira uma coisa da rotina. E em uns 17 segundos ele chegou lá. Pegou um salgadinho e uma bolacha, sem nem ver direito qual era, e foi andando pra fora.
Naquele momento ele estava tentando pensar em outra coisa qualquer que não desse pra relacionar com a palavra furtar ou ladrão. Pensou em florestas queimando e depois em iglûs de gelo. Pensou que deveria ser bem legal construir um ilgû, e pensou que qualquer dia ele deveria tentar. Ele ja viu alguém na TV ensinando a fazer um iglû com uma pá e boa vontade, e claro, gelo, tinha o gelo. Ele ia precisar ir pra algum lugar com gelo...
Pronto, quase como um sonâmbulo ele já estava quase saindo, quando passou pela entrada, a menina que trabalhava no lacra-volumes [ela estava lá antes?] falou algo do tipo "ei, os caixas ficam ali" ou talvez "você não pode sair por aqui", mas ele não prestou atenção, só respondeu numa acão bem automática uma coisa que ele já havia pensado antes: "não, eu só estou levando pra menina ali, já volto". Depois de meio minuto a menina do lacra-volumes parou pra pensar na coerência daquilo, mas ele já estava virando a esquina, e a garota estava cansada demais pra tentar entender, tinha sido um dia terrível o dela. Mas isso não vem ao caso, o que acontece agora é uma daquelas coisas que faz agente acreditar em destino: Uma garota passa do lado de Carlos, toma o salgadinho e a bolacha da mão dele e sai correndo.
Primeiro não existe resistência da parte do Carlos, ele estava distraído procurando uma loja onde vendessem pás naquele momento do furto. Então, quando ele se deu conta do que havia acontecido resolveu seguir com o seu plano de agir como uma pessoa normal que havia comprado um salgadinho e uma bolacha, e fez o que toda pessoa normal faria depois de ser assaltado por uma garota qualquer com um livro no braço e cara de inofensiva... correu atrás.
Correr não era o forte dele, e não era mesmo. A única sorte dele era que a garota [que por algum motivo ele achou que se chamava Luisa] estava cansada, e logo caiu inconsciente, bem onde ele achou que não aguentaria mais correr.
O que aconteceu vocês podem imaginar. Aconteceu o que sempre acontece nos romances, e como isso é um romance, alguns segundos depois ela estava abrindo os olhos no apartamento de Carlos.
Vocês podem estar achando isso absurdo... ou não. Se não estiverem podem simplesmente pular este paragrafo, porque minha intenção nele será explicar o que se passou na mente de carlos nos últimos minutos antes de levar a menina pra casa. Foi algo assim: "ela desmaiou? não, deve ser um truque... hum... acho que ela desmaiou mesmo. eu devia pegar minhas coisas e deixar ela ai mesmo... as pessoas vão ver ela caída ai e vão ajuda-la. mas também... ela não fez nada demais, só roubou um ladrão [percebam que ai o plano de Carlos saiu dos trilhos, quando ele lembrou que era um ladrão] e a pobre menina deve precisar mais que eu. eu realmente devia deixar ela ai... mas... [alguns segundos depois] ela é mais pesada do que parece... que livro é esse? nunca ouvi falar... espero que ela não seja nenhuma assassina... mas também, no fim, o que eu queria com tudo isso não era um pouco de emoção e aventura? tem também o lance do [des]emprego, mas isso é só pela aventura mesmo, acho que no fim eu consegui o que eu queria... que pesada... eu devia chamar um taxi... ah, não tenho dinheiro mesmo... já ta quase chegando... nem quero pensar no esforço pra subir as escadas com esse peso sem chamar atenção... no que eu estava pensando antes de tudo isso mesmo? arranjar um emprego de instrutor de esqui ou algo do tipo acho...."
É difícil definir o que Clarice estava sentindo. Um misto de vergonha, medo, orgulho pela coragem dela, desapontamento, fome e sede, muita sede. Então, lá vinha o cara do conto de fadas com um copo de agua na mão. Os dois tinham noção de como aquela situação era absurda e constrangedora apesar de agirem como se não fosse.
-hmm... Acordou. Quer?
-Brigada.
Então houve uma pausa enquanto ela virava o copo d'agua que deu tempo para os dois pensarem no que deviam falar, e ao mesmo tempo eles falaram:
"-Qual seu nome?
-Olha desculpa por...."
Então ficaram meio embaraçados e mais uma vez começaram a falar ao mesmo tempo:
"-Clarice Reasten.
-Não se preucupa com aquilo..."
Agora ela fica muda e decide deixar ele falar primeiro. Ele pensou em fazer o mesmo, mas depois de alguns segundos começou a falar meio sem graça:
-Olha, aqui tá o que você queria, nem era meu mesmo... - apontou pro salgadinho e pra bolacha.
Ela não respondeu, talvez nem tivesse ouvido, estava olhando em volta, reconhecendo o espaço. Pra ficar mais fácil ela separou os objetos dessa forma: "Sujeira, sujeira... o que é aquilo? ah, sujeira. sofá, sujeira, cobertor, TV sujeira, mesinha, sujeira, e lixeira [a lixeira parecia a coisa menos suja no meio daquilo tudo]"
Ele estava sentado na mesa quando ela perguntou:
-Você vive aqui? - e ela logo percebeu que tinha falado isso quase como uma ofensa e se corrigiu - quer dizer... é uma casa muito bonita...
-Ah, tá tudo meio bagunçado... faz um tempo que a faxineira parou de vir.
Por que ele tinha dito aquilo ele não sabia, afinal ele nunca tivera uma faxineira, e precisaria ser muito ingênuo pra acreditar numa estória daquelas.
-Ãn... Não tá tão mal assim. Gosto do jeito como você separa as cuecas naquele canto e as meias encima daquilo -"o que era aquilo?", ela pensou.


~[três da madrugada, hora de dormir não? Vou congelar essa estória nessa cena constrangedora, mais tarde eu volto a assistir ela de onde eu parei.]

Friday, September 14, 2007

Só escrevendo I

Vou contar uma história, e é em tempo real [literalmente.], vai acontecendo eu vou escrevendo, nem eu mesmo saberei o desfecho antes de acabar.
Essa historia se passa em algum lugar da minha imaginação. Vou lhes falar um pouco desse lugar...
Quem vê de cima numa visão além de estradas e telhados, vai ver que é como se fossem muitas mini-cidades juntas, como varias cidadezinhas do interior interligadas, separadas de modos invisivéis, formando uma grande metrópole.
O segmento da cidade na qual se passa a nossa estória/historia é um lugar relativamente amigável, onde bem no centro fica uma praça com uma fonte. Cidades costumam ser parecidas, não preciso ficar parágrafos descrevendo essa cidade, cuja única característica marcante é o excesso de branco.[sim, muito branco mesmo, nas paredes, calçadas pintadas de branco, e tudo que eles puderam pintar de branco.]
Uma garota sentada na fonte com um livro na mão se levanta. Ela tem cabelos lisos, um óculos, nariz fino, e olhando bem pra cara dela posso dizer quase com certeza que o nome dela é Clarice. Ela resolve dar uma volta no quarteirão, e não, ela não estava lendo enquanto sentada na fonte, ela só estava com o livro na mão, o porque disso eu desconheço.
Então, ela passa por um garoto andando no sentido contrário da rua, eles cruzam o olhar, e a historia finalmente encontra com seu personagem principal. O olho do telespectador deve agora se voltar ao caminho que o garoto está fazendo rumo ao supermercado.
Na verdade, o personagem principal é esse garoto de 1,80m indo ao supermercado, a Clarice é só uma personagem secundária que vocês vão voltar a ver mais tarde [eu prometo].
Tentem imaginar o garoto, andando preocupado pela rua, tentando parecer um criminoso suspeito pra ver se alguém faz alguma coisa. Nada. Era sinal que o plano estava dando certo.
Finalmente ele avista o supermercado. Um funcionário na porta e pelo que se pode ver de fora um lacra volumes. Ele logo imagina a mão dele apertando a garganta do funcionário numa tentativa de fuga, e imagina seu sangue, imagina as pessoas da rua abismadas. Então para de imaginar e entra no supermercado.
A lógica é bem simples. Criminosos comuns são pegos porque agem como criminosos. Alguém que furta é descoberto porque o próprio sabia que estava fazendo algo ilegal, e portanto, partindo desse ponto de vista, alguém sem nenhuma consciência do que faz pode roubar sem ser pego.
Essa pelo menos era a teoria do Carlos [ah sim, o nome do garoto é esse], que ele iria por em pratica agora.


~[tubicontinuédi]

Thursday, September 13, 2007

O que pensar...

Quem me conheceu nesse ultimo mês, ou nesses últimos dias não sabe o que pensar de mim. é complicado, eu admito, eu sou uma teoria. A teoria anti-intêligencia.
Eu não vejo o porque dessa inteligência absurda, ficar procurando sentidos pra vida, ficar se deprimindo com pensamentos absurdos. Eu sou um idiota agora. Alguém que cansou de ficar dias pensando, deitado no sofá mergulhando num poço de depressão cada vez mais fundo. É tão anormal assim abrir mão das coisas que fazem mal? Porque pensar daquele jeito me fazia mal, e eu sou mais feliz pensando no que eu vou fazer agora, pensando no que falar, pensando bobeiras mundanas, direcionando toda aquela inteligencia de suposto garoto prodigio pra piadas e bobeiras.
Eu não consigo mais me ver como aquele garoto pensativo, olhando pessoas felizes pela janela. Me vejo agora como o garoto feliz lá fora, distribuindo sorrisos pras pessoas num ônibus lotado e quente. Talvez isso não seja uma coisa inteligente de se fazer, mas inteligência não é tudo.
E sim, as vezes eu me deprimo, as vezes a taxa de cerotonina, endorfina ou qualquer coisa do tipo diminui no meu cérebro, as vezes eu penso em estudar pra valer, escrever livros, ou qualquer coisa do gênero e fico triste. Mas esses momentos duram pouco, depois volta a euforia, as musicas alegres, e o sorriso despreocupado.
Pensamento é coisa de gente que não vive.

Friday, September 07, 2007

posts/h

Não sei o que dizer... porém, preciso dizer. Desafogar meu ser, enfileirar pensamentos, tentar descobrir em que eu estou pensando.

É estranha essa sensação de vazio que da quando você acha que já pensou em tudo, e tenta não pensar em nada. Não só não consegue parar de pensar como não faz idéia de em que está pensando, seu cérebro só vai trabalhando num ritmo frenético, em todas as direções, e você perdido vagando a esmo em tantos pensamentos.
À pouco me achei em um pensamento sobre a alma, que agora não consigo me lembrar muito bem. Alma é um troço estranho, nunca entendi direito o que querem dizer com isso, dá um nó na cabeça igual ao de pensar em viagens temporais. Mas tentando me focar no pensamento sobre a alma... Não posso nem ao menos dizer que não acredito em algo que nem ao menos consigo entender. Não queria nem provas, só não consigo parar de pensar no assunto. Alma é o que controla o corpo? Alma é o cérebro ou é o que controla o cérebro? Depois que o meu corpo morrer vai ser só minha alma, mas e se o individuo estivesse mesmo no corpo, como vou me conformar em existir sem mim? Eu sou apegado de certo modo aos meus pensamentos, ao fato de poder sentir as coisas, de poder estar aqui em frente o monitor, ouvindo musica e respirando, pensando em quais pensamentos transformar em letras. Eu sou mais isso que minha alma. E tem outra coisa, que isso realmente me intriga. Essa historia de você trabalhar sua alma, de ter uma alma grande ou pequena. Depois de uma série de pensamentos conturbados demais pra serem escritos começo a pensar que a alma nada mais é que o conjunto das suas escolhas.
Nada mais que pensamentos.

Quero alguém agora que me de um tapa e me mande parar de pensar bobagens.

Thursday, September 06, 2007

Auto-análise

É o natural das pessoas colocarem titulos uns nos outros. Já fui chamado de gênio incompreendido por umas três pessoas, e da primeira à quinta série de 'gênio, garoto prodigio e coisas do gênero'. Depois comecei a decair, sabe, as professoras até a oitava faziam aquele tipo de comentário "Você é inteligente e tem potencial, mas é muito preguiçoso". No primeiro ano a opinião dos professores foi só de vagabundo. Mas voltando um pouco, as pessoas sempre me acharam inteligente e isso me irrita muito. No começo até fazia bem pro meu ego, e foi ai que meu ego me derrubou numa prova de vestibulinho, prova essa que meu ego me impediu de estudar, e vocês podem imaginar o tombo que foi não ter passado. Eu comecei a enxergar a inteligência de forma diferente, e a ignorar ao máximo as opiniões dos outros.
De uma forma geral, não citando nomes, mesmo porque eu não costumo fazer isso aqui, umas três pessoas chegam realmente perto de me entender, percebem que de genial não existe nada, só um monte de opiniões bobas e distorcidas. E ultimamente algumas pessoas até me consideraram um pouco lesado, o que me deixa feliz apesar d'eu ter dito que estava tentando ignorar as opiniões.
[*paragrafo apagado*]
Eu não consigo me analisar como as pessoas fazem comigo. Talvez eu chegue mais perto que a maioria, até por eu ser eu 24hs por dia, mas é difícil ter noção da coisa dessa minha perspectiva. Caso eu fosse alguém de fora eu provavelmente me acharia lesado, perdido, talvez algumas vezes até criativo, talvez um pouco inteligente, mas nada muito alem de 'um pouco'. Acho que as minhas qualidades mesmo ninguém consideraria, por que eu prefiro guardar minhas qualidades pra mim no geral.

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PS: O paragrafo apagado não continha nada realmente produtivo.
PPS: Não dei nomes nesse post, acho que nomes não são realmente necessários e poderiam resultar em pessoas talvez ofendidas.
PPPS: [o ultimo PS, juro.] Se eu pareci um pouco prepotente nesse texto, pode acreditar que eu já fui mais, e se mesmo assim minha auto-analise me fez parecer arrogante, coloque isso como adjetivo da próxima vez que tentar me analisar.

hackers cerebrais

Pouco mais que uma década jogada ao esquecimento. Ultimamente ando perdendo memória de um jeito absurdo. Esqueço das coisas que eu fiz ontem, do que eu falei pra quem, esqueci uns 80% de tudo que aconteceu antes dos 10 anos. Dos últimos seis anos venho tentando refazer o quebra-cabeça, mesmo faltando algumas peças.
Como se alguém por brincadeira começasse a destruir meus neuronios com memória me obrigando a deduzir o que existia ali. Ou talvez esse alguém seja ou mesmo, me desfazendo da ultima coisa que alguém pode se desfazer, a única coisa que ainda me da algum peso de existência.

Viver o momento vira uma obrigação quando sua memória some e te deixa sem nada pra remoer. Eu andei pensando sobre abrir mão da memória além das ultimas 24hs e cheguei a uma conclusão:..... ..... .... . . . . .. pena eu ter esquecido que conclusão era. ;D