Wednesday, August 29, 2007

De tarde eu quero descansar

As vezes é mais difícil do que parece entender a perda.
Elizabethtown tem algo parecido com "Pegue o fracasso, aprecie o momento, jogue fora e siga a vida".
O que eu queria agora é que me dissessem que a vida é só mais um filme, e que no meu próximo momento feliz tudo vai acabar deixando à quem assistir aquela sensação não tão ruim de que a vida realmente é algo maravilhoso.
Existem momentos que você pensa "Valeu a pena, o universo, esse planeta, a vida, só pra esse momentozinho de alguns minutos". O único problema é que depois disso você ainda continua vivo, e o momento passa, vai ficando mais fraco na lembrança, os rostos são as primeiras coisas a sumirem. Depois as frases somem, e junto com elas a voz. Depois de um tempo você só vai lembrar daquele momento uma vez por ano quando resolver fazer uma retrospectiva da sua vida.
As vezes agente não quer sentir a perda. Como quando alguém sofre uma fratura na coluna e fica sem o movimento das pernas, e com o tempo elas atrofiam, então os médicos falam "vamos ter que amputar" e elas se sentem relutantes, achando que a perna a qualquer hora vai voltar a funcionar, que por traz de toda aquela gangrena se esconde a perna original, como se ela sempre estivesse lá, só estivesse descansando...

Eu vivo errado. A vida, o mundo, é extremamente legal comigo, e, mesmo assim eu insisto em viver errado, me machucando... e só.

2 Comments:

At 6:41 AM, Anonymous Anonymous said...

"Eu vivo errado. A vida, o mundo, é extremamente legal comigo, e, mesmo assim eu insisto em viver errado, me machucando... e só."

*-*

 
At 2:22 PM, Anonymous Anonymous said...

Bonito. Bela tradução do que é realmente a vida...

 

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