Sunday, July 29, 2007

entre o delirio e a sabedoria

Pode parecer assustador, mas, as vezes, eu perco totalmente a noção do real. Pode parecer o exagero em busca da compaixão, mas pra mim é a verdade. E hoje pra mim tudo é verdade e mentira ao mesmo tempo, vendo coisas que não existem ou talvez ignorando coisas que existam, não sei ao certo, provas insuficientes e a vontade pra averiguar a verdade congelou.

As vezes as pessoas percebem que nada faz sentido, e da enorme lista das coisas que não fazem sentido, elas próprias são as primeiras. E num mundo sem sentido algo como a amizade fazer sentido é totalmente sem sentido o que por sua vez é totalmente compreensivo. As vezes a falta de coisas pra se apoiar é tão grande que agente fica caído no chão, esperando por algum milagre que nos levante, motive, e caminhe junto com a gente...

Friday, July 27, 2007

sem medo de viver

Primeiramente acho que deve-se ler o que a minha amiga Thahy escreveu:
http://intensidade.wordpress.com/2006/04/09/m-e-d-o/

E eu até poderia escrever algo semelhante, mais não ficaria tão bom quanto o texto dela.

Acho que eu sempre fui uma pessoa instavél. Nada em mim faz muito sentido, as vezes muito feliz, e então uma tristeza enorme toma conta de mim. As vezes um medo paralisante que se transforma em coragem inconsequente. Acho que eu nunca fiz um post sobre isso que eu me lembre, só antes de ter feito.
Ontem de noite no escuro eu lembrei do dia que eu fugi de casa no final de 2005. Acho que aquilo foi a prova da minha instabilidade, e, apesar disso eu não consigo me arrepender. Uma coisa dessas não é causada por falta de inteligência, e também não é um daqueles acessos de bobeira. Uma coisa dessas é a soma da falta de valores com o desespero de uma vida totalmente monótona e sem sentido. Eu lembro que naquela tarde eu não tive medo, fui totalmente inconsequente, um vitor que se existisse o tempo todo eu teria sido uma pessoa mais feliz. Naquela noite, quando eu estava na calçada e duas pessoas vieram me assaltar e eu conversei e convenci que eles estavam errados eu tive medo, confesso, mas naquela época eu não dava muito valor à vida, e não me importava em perde-la. Não que isso seja certo, não pretendo pintar uma imagem heróica em cima disso, mas eu realmente preferia que as coisas fossem assim. Acho que a gente deve se preocupar em se manter vivo, mas acima disso deve-se ter uma preocupação em viver. Deixar de viver por medo de estragar a vida é a maior contradição que alguém pode cair. E essa queda pode chegar muito longe.

Thursday, July 26, 2007

Musicas pra serem esquecidas.

Tarde vazia


Não lembro mais
quanto tempo passou
desde que
desisti de viver

Só lembro das milhares de tardes
tentando pensar em algo
que eu quisesse de verdade
e em como fui tolo ao pensar, que ser triste era normal

[pseudo-refrão]
Nem todas filosofias,
nem os planos pro futuro
nada disso vai me animar, nessa tarde tão vazia
Em que não sei, o que é real
quando confundo
historias que só existiram na minha cabeça
com as frusrações do mundo real

[solo imaginário]

[pseudo refrão nº2]
vejo o céu azul
tento voltar a viver [repete até a morte.]

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E vocês não tem a mínima noção de como é pra mim botar um troço desses na net. Eu estou morrendo de vergonha só de pensar em receber algum comentário sobre isso, então, por favor, bico fechado.

PS: é mais lenta do que vocês imaginaram, e pra quem quiser, os acordes são: D G Bm7 Am7 Em A...

Wednesday, July 25, 2007

Euforia.

Odeio o peso que eu dou pras coisas que algumas pessoas falam. Pra você ter noção, minha voz da consciência é a mesma da Gaby, com a imagem da minha mãe. [tem até sotaque carioca a minha consciência!]
Dai eu lembro de um dia que ela me definiu como eufórico. Já faz um tempo claro, mas eu pensei sobre essa palavra durante um bom tempo, e acho que ela me define bem... Daqui a duas horas por exemplo eu vou ter que estar na porta da bienal pra me encontrar com meus tios, e essa espera me mata por dentro. Eu me arrependo as vezes de ter aprendido a jogar xadrez, isso me trouxe o péssimo habito de tentar prever o que vai acontecer... isso não faz bem, eu jé estou constrangido de ter que pedir pro cobrador me avisar quando descer e ainda nem entrei no ônibus, já to meio cansado de esperar eles chegarem, e já to com um pouco de vontade de sair da exposição porque minhas pernas doem. E isso porque ainda falta uma meia hora pra sair de casa. E eu fico nessa euforia, essa necessidade de escrever pra desestressar.

Agora infelizmente eu tenho que sair, comer, me perder... talvez mais tarde eu volte com um relatório do Itau cultural, talvez eu morra no caminho.

PS: No caso d'eu morrer, quero lirios-da-paz no meu caixão. E lágrimas, muitas delas.

Tuesday, July 24, 2007

Fuga do mundo

O que mais assusta as poucas pessoas que conseguem ter uma visão mais geral da história da humanidade é o fato que nada parece mutável. As coisas são como são, até onde agente sabe no passado elas eram assim, e a sensação que o mesmo nos espera no futuro é assustador. Uma sensação de impotência perante a um ciclo de acontecimentos que se repetem, algo muito maior que um simples humanozinho de um planetinha qualquer.
Acho que melhor que qualquer revolução socialista, ou qualquer anarquismo caótico seria uma revolução nas pessoas. Enquanto o humano continuar como é, tudo continuara igual, não é uma questão de mudar as pessoas uma por uma, é algo que aconteça numa escala tão grande, que os nossos filhos já vão nascer diferentes, o que eu queria era algo além de humano. Isso até parece Nietzsche, mas na verdade eu não acredito em uma palavra do que eu digo. Assim como se Nietzsche estivesse certo não morreria beijando cavalos, se eu acreditasse em algo que eu digo eu não viveria essa vida vazia.

Sunday, July 22, 2007

tanto faz.

Feliz aniversário pra mim. Muitas felicidades. Mas no fundo, tanto faz.
Só um pretexto pra uma festa, todos reunidos, a visão turva, o corpo cansado e o riso forçado. E eu me divirto assim, apesar de ser um total absurdo alguém ficar feliz por estar de joelhos vomitando no banheiro do kazebre...
É difícil pra mim entender o aniversário. Nunca me sinto mais velho no dia do aniversário, só uma sensação estranha, como se nada fizesse sentido e ninguém ligasse... mas tanto faz, eu não quero mais preocupações pra minha vida, no momento até os planos pro futuro eu evito. Só pretendo ficar aqui sentado até a dor do meu corpo passar, dai eu penso em alguma coisa pra fazer... As vezes eu me pergunto se eu sou doente ao ponto de gostar de passar mal, sentir uma satisfação em ver o corpo esgotado e a mente no limite.

Acho que 16 anos não tem muito de especial, só um monte de dias.

Thursday, July 19, 2007

Alma vazia

Me deu um vazio derrepente. A uns segundos atraz idéias de textos, todos borbulhando ao mesmo tempo no meu cérebro, e agora, diante da caixa de texto vazia eu me identifiquei.

Monday, July 16, 2007

Abre essa janela...

Se isso fosse a alguns anos atrás eu diria que encontrei o sentido da vida. Essa coisa pacata e desinteressada que faz rir e passar o tempo, num suspiro de delírio passageiro e inconsequente.



Esses dias eu perguntei pra minha mãe se eu tinha alguma característica de personalidade que eu conservava dês da infância, e ela respondeu "Ah... você sempre foi feliz...". Ela quase acerta, na verdade eu sempre pareço feliz, eu dês de criança não contenho uma risada, eu tenho mania de sorrir, mesmo quando nada me satisfaz, mesmo no meio de um dia nublado e triste. E acho que essa é a única característica que eu conservei mesmo, e se eu fosse um pouco mais otimista eu diria que levarei essa característica pro túmulo [imagine eu no caixão com uma camisa preta de banda, uma calça jeans rasgada dando um sorriso de orelha a orelha!]. De desastre em desastre levamos nossas vidas, com um sorriso estampado no rosto como em tom de desafio aos males da vida. Dos males todos!

Friday, July 13, 2007

Perdido.

Adoro isso de poder mudar o mundo, poder chegar em primeiro lugar, ou fazer grandes coisas e simplesmente ignorar. Até faz parecer que eu já tenho tudo o que eu quero.
O pior disso é a sensação que eu vou ter saudade desses dias. Vou ter saudade desse ano feito só de diversões e louça suja, desses meses que eu passei sem saber quem eu era e dessas conversas que não chegam a lugar nenhum. Vou ter nostalgia também desse tempo todo que eu tive pra ler livros, ouvir musica, ficar junto da família ou apreciar um céu azul.
Talvez se isso durasse mais que um ano se tornaria uma tortura, mas a maioria das pessoas não sabe como é a satisfação de tudo acontecer exatamente como você planeijou.

E do futuro eu só espero magoas que é pra não me decepcionar! ;D

Monday, July 09, 2007

Reavaliando a evolução

Depois de ler a maioria dos textos desse blog, cheguei a conclusão que não evolui muito. E não sei como evoluir.

Mas, passando pra um universo mais mundano, eu gosto de sair com amigos, de tentar coisas que eu não consigo, gosto quando, se te dessem escolha, você escolheria viver aquele momento pra sempre. E não que eu me importe muito comigo, mas eu estou feliz. Mesmo com a minha péssima escrita, me contento com textos escritos de mãos cansadas e olhos sonolentos e feitos por uma mente com necessidade de desabafar.

Sabe o que eu vou fazer agora?
Dormir antes que a felicidade passe, não quero estragar esse sentimento.

[espero que futuramente não me arrependa desse texto...]

Friday, July 06, 2007

Mania de ter fé na vida

Eu sei, estou sozinho.
E dos invernos da minha vida esse é o mais difícil, me sinto lutando contra moinhos de vento que na verdade fazem parte de mim. Ao mesmo tempo que luto contra o mundo, existe uma batalha interna, uma guerra dentro de mim em que cada parte do meu corpo luta contra todas, com o único objetivo da destruição.
As tardes se tornam mais vazias a cada dia, e a cada dia perco o dia mais rápido.
Meu tempo de vida numa corrente forte demais pra eu lutar contra... Deixo a corrente dos meus dias me levarem pra um futuro incerto, um futuro que eu nem ao menos sei se existe.
E as vezes me pergunto porque ainda não me matei, e, percebi que as vezes, mesmo que nada mais importe ou faça sentido, agente vive só por uma fé na vida, por uma sensação que a vida ainda tem algo a nos oferecer, uma fé de que tudo vai melhorar, uma pequena dose de uma ilusão que me faz continuar levantando e não me entregar a esse inverno.

Então, de ilusões, fé, e tristeza eu acabo esse texto.

Tuesday, July 03, 2007

Pra falar a verdade as vezes minto

Eu acho que a minha vida foi uma grande esteira, daquelas de corrida, no ponto inicial estava o Vitor como ele é, e lá na outra ponta qualquer outro Vitor. Um eu popular, um eu amigável, um eu corajoso, um eu romântico, um eu utópico... E eu sempre alcancei o eu que eu queria, e então logo que eu percebia que eu tinha alcançado eu parava de correr, e então voltava aos poucos ao Vitor de verdade. E pra falar a verdade eu sei mais de todos os outros falsos Vitor's do que sobre o Vitor de verdade.
Eu me sinto mal, indisposto demais pra voltar a correr por algum outro falso eu. O Vitor de verdade não gosta de todas essas pessoas a sua volta, mas não consegue viver sozinho. O Vitor de verdade é inocente no mundo real, faz questão de demonstrar isso. O Vitor de verdade parece não servir pra esse mundo, e vice-versa. Então o que eu faço? O que eu faço se a minha única chance é me matar um pouco a cada dia fazendo do ato de existir uma tarefa difícil e absurda?
Mas agora é a hora do Vitor de verdade existir, seja como for, chegou a hora de parar de lutar pra voltar ao mesmo lugar e me sentar aqui, aproveitar a vida que me resta sem lutar contra mim.

Monday, July 02, 2007

Catatônico

Queria saber se alguém já simplesmente morreu por desânimo, sabe, você não levanta, não come, e não respira, seu coração não bate, seu cérebro não funciona. Não acho tão impossível. Eu estou à dois dias sem fumar por puro desânimo. Eu não diria que eu estou com depressão, eu nem ao menos estou triste, ou pelo menos não demonstro. Eu nem sei ao certo por que estou escrevendo.
Alias, umas cinco vezes eu estava prestes a publicar um texto e fechei a janela.

Essa é uma daquelas horas que tudo que queremos é alguém pra nos salvar. Alguém pra tirar a gente daqui e dar um sentido pra nossa vida, pra quebrar toda essa monotonia, alguém que ajuda agente a destruir tudo e ajude a reconstruir.


- Tenho a impressão de que você está caminhando para alguma espécie de queda... uma queda tremenda. Mas, honestamente, não sei de que espécie... Está me ouvindo?
- Estou.
A gente via logo que ele estava procurando se concentrar e tudo.
- Talvez da espécie que faz com que a gente, aos trinta anos, se sente num bar e odeie todo mundo que entra com jeito de quem jogou futebol numa universidade. Ou, então, você conseguirá instruir-se o bastante para odiar todo mundo que diz: "É um segredo entre mim e você". Ou talvez acabe em algum escritório, atirando clipes na taquígrafa mais próxima. Não sei mesmo. Mas você entende o que estou querendo dizer, não entende?
- Entendo - respondi.


O apanhador no campo de centeio - pagina 77