Tuesday, April 24, 2007

Sobre a verdade das borboletas.

Vejo uma borboleta que nasceu a pouco tempo, sem saber direito como voar, com toda aquela perfeição e beleza, enquanto eu, habitando o mesmo planeta, a mesma dimensão, ando tropeçando e me lamentando, em camisas rasgadas e cara feia.
Então ela pousa com dificuldade. Com enormes patas e antenas... Se você tira as asas de uma borboleta ela nada mais é que uma formiga gigante, e se voce tira tudo ela é só mais um ser garantindo a propria existência, uma existência por sinal tão sem sentido quanto a minha.

Essa é só mais uma daquelas fases em que agente tira alguns dias pra não fazer nada além de pensar. E o que mais me assusta sempre é a idéia de que sempre quando essa fase acaba tudo volta ao normal. Amanhã eu acordo cedo, vou para a escola, talvez eu saia com amigos , talvez eu jogue algum jogo idiota pra fazer o tempo passar, talvez eu leve uma conversa não tão inocente com alguma garota, eu talvez assista um filme que eu ja assisti milhões de vezes e farei isso até quando outra fase dessas chegar.
Uma vez eu estava numa festa, e uma menina que eu achava bem bonita começou a olhar pra mim, o tempo todo, e eu? Eu não fiz nada. E isso agora esta me irritando muito, não pelo fato de eu não ter ficado com ela, sim pela minha falta de atitude, e pelo que gera a falta de atitude; a falta de vontade.
Falta de vontade suficiente para fazer o que eu quero, falta de motivação em cada canto e cada esquina, falta de vontade em cada palavra e cada tentativa de atitude. É. Minha vida é bem fútil. Tão futil quanto a de qualquer outro que gosta de black, que se importa com marcas de roupas e com a aparencia. Tão fútil quanto a da pequena borboleta que a essa hora ja deve estar bem longe. Tão fútil e inutil como os textos que escrevo.

Friday, April 20, 2007

Faz sentido, não?

Vou contar uma historia. [ainda da tempo de fechar a janela]
a historia é mais ou menos assim:

"Ha muito tempo atras em terras distantes um velho cigano exausto de tanto andar, desmaia no meio da fria estrada condenado a morte. É então que Lemmor, um fazendeiro pobre ve o cigano e resolve ajuda-lo. Levou para sua casa, e sua esposa apesar de desaprovar a idéia abrigou e alimentou o cigano durante uma semana, enquanto seu marido trabalhava nos campos.
Após duas semanas o cigano totalmente recuperado deu um barril magico para Lemmor e sua esposa como prova de gratidão. Ele lhes disse 'Este barril magico roubado de um mago que mora mil légoas para norte contem o melhor vinho que ja existiu, o melhor sabor que pode ser provado pelo paladar humano, e ele nunca acabará. A unica coisa que vocês não podem fazer é olhar seu conteudo". E dito isso partiu viagem pelo mundo como é de sua natureza.
Lemmor após o periodo de colheita junto à amigos resolveram festejar a prosperidade das terras com um banquete, e com vinho, o vinho que o cigano lhe dera. Imaginou que daria cerca de dois copos para cada pelo tamanho médio do barril. E a festa decorreu pela noite com muitos copos de vinho, vinho para todos muita comida e muita dança... Com o decorrer da festa mais pessoas chegavam e o vinho não acabava.
Na manha seguinte ele pensou que aquilo não tinha menor lógica, e só não havia aberto o barril porque até o momento não tivera nenhuma curiosidade sobre o assunto, mais depois de tudo aquilo que sua logica não conseguia explicar resolveu ir ver qual era o mistério do barril, ao abri-lo encontrou muitas cobras entrelaçadas, das quais, uma num pulocerteiro mordeu seu pescoço, e ele então morreu, e do barril nunca mais saiu vinho."

Muitas pessoas diriam que a moral da historia se refere a curiosidade ou à obediencia... eu acho que a historia só nos passa uma unica lição: buscar a logica faz tudo perder sentido.

Saturday, April 14, 2007

me deixando pra lá...

Agente vê o futuro e ainda assim erra. E erra com todo gosto e prazer.
Você entra. Silencio... é, eu ainda penso em você. E agente não precisa combinar nada, agente sabe o que vai acontecer, e eu sei que deveria estar normal, mais não estou. Sofrer ja ficou tão normal entre a gente, sentir o desespero, sentir tudo indo embora e deixando a impressão que nunca mais voltará.
Só uma dramatização. Ainda vivo normal, ainda dou risadas em tardes bobas com conversas que não precisam ter sentido, ainda ouço as velhas musicas dançando. É quase como se nada tivesse acontecido, se não fossem os céus melancolicos, as lembranças, os cigarros o silencio... tudo normal.

E eu agora revivo tudo do jeito que eu queria mudar, tudo, cada detalhe de cada dia se repete como em algum tempo atraz, como se o tempo corresse num ciclo, e o ciclo está recomeçando. E nesse post, nesse dia, nesse periodo, não tenho vontade de cair inconsiente ou de sentir o gosto de sangue, tenho só a vontade de tempos melhores. Tempos em que eu tinha alguma vontade.

Saturday, April 07, 2007

Terminar seria o fim, se não fosse o mal.

O Rafael foi pro japão conseguir dinheiro pra mãe dele aqui no Brasil com promessa de volta só em 5 anos... É diferente de um funeral, você sabe que a pessoa foi pra um lugar melhor.... o que não torna muito diferente de um funeral, ok. Mais ele volta.
Ontem no postinho foi levantada do nada como uma bala de canhão acertando nossos estomagos a possibilidade de ele não voltar, afinal, ele vai ganhar dinheiro lá, fazer amigos, não tem pra que voltar só pra passar algumas noites bebendo no postinho...
Se nós fossemos certos intenderiamos se ele não voltasse. O post não se trata do Japa [rafael], se trata de querer o certo. Se trada de discutir internamente por que o certo não é o bom, o porque da gente ter que escolher entre um tiro na mão ou um tiro no pé. E se trata de saber porque a tendencia é escolher o que mais machuca. Quero uma terceira opção, ou nenhuma escolha, quero poder não fazer nenhuma escolha, e quero que isso faça alguma diferença.

Sunday, April 01, 2007

Plano C

Humanidade. Sempre decepcionante...
Ja perdi todo e qualquer senço comum... não consigo mais diferenciar vencedor deperdedor, não vejo nenhuma diferença em nada. Pessoas iguais, conversas iguais, escolhas iguais...
Deveria existir uma tese filosofica do "tanto faz", o melhor caminho pra se escolher... acho que existe, mais aposto que botaram um nome menos criativo que o meu.

As vezes numa brisa penso morrendo e reencarnando, e entre isso penso eu falando com deus e ele perguntando como eu queria ser... Não ia querer ter dom, nem ser legal, nem nada, ia escolher ter vontade. Ia querer querer.
De que me adianta os dons se eu não quero nada?

Sei lá.
Moral do dia? Ok. Reaja. Foda-se se te baterem, o importante é revidar. Você nunca vai ter a escolha de não se machucar na vida. Não fique sem reação, faça o que sintir certo...
conselho do dia? Alcool anestesia.