Sobre a verdade das borboletas.
Vejo uma borboleta que nasceu a pouco tempo, sem saber direito como voar, com toda aquela perfeição e beleza, enquanto eu, habitando o mesmo planeta, a mesma dimensão, ando tropeçando e me lamentando, em camisas rasgadas e cara feia.
Então ela pousa com dificuldade. Com enormes patas e antenas... Se você tira as asas de uma borboleta ela nada mais é que uma formiga gigante, e se voce tira tudo ela é só mais um ser garantindo a propria existência, uma existência por sinal tão sem sentido quanto a minha.
Essa é só mais uma daquelas fases em que agente tira alguns dias pra não fazer nada além de pensar. E o que mais me assusta sempre é a idéia de que sempre quando essa fase acaba tudo volta ao normal. Amanhã eu acordo cedo, vou para a escola, talvez eu saia com amigos , talvez eu jogue algum jogo idiota pra fazer o tempo passar, talvez eu leve uma conversa não tão inocente com alguma garota, eu talvez assista um filme que eu ja assisti milhões de vezes e farei isso até quando outra fase dessas chegar.
Uma vez eu estava numa festa, e uma menina que eu achava bem bonita começou a olhar pra mim, o tempo todo, e eu? Eu não fiz nada. E isso agora esta me irritando muito, não pelo fato de eu não ter ficado com ela, sim pela minha falta de atitude, e pelo que gera a falta de atitude; a falta de vontade.
Falta de vontade suficiente para fazer o que eu quero, falta de motivação em cada canto e cada esquina, falta de vontade em cada palavra e cada tentativa de atitude. É. Minha vida é bem fútil. Tão futil quanto a de qualquer outro que gosta de black, que se importa com marcas de roupas e com a aparencia. Tão fútil quanto a da pequena borboleta que a essa hora ja deve estar bem longe. Tão fútil e inutil como os textos que escrevo.
1 Comments:
bonito texto ninguém!
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