Friday, November 23, 2007

Let it be.

Sentir. No fim da sua vida, talvez no meio, ou com sorte no começo, você acaba percebendo que o que vale é sentir.
E eu vou escrever sobre o que eu sinto agora, sem dar nome para o sentimento, na esperança de que ele se forme na sua cabeça sem um padrão.
É meia noite e vinte e seis. John Lennon fala "let it be, let it be, let it be, let it be...." nos meus ouvidos pelos fones, mas é como se eu pudesse ouvir o silêncio através do fone. Esse silêncio por traz do barulho do computador, por traz dos carros passando em alguma avenida ou algum cachorro latindo. É um silencio que só existe de noite, que te faz lembrar e sentir a solidão.
Eu estou cercado de coisas, canetas, cobertas, almofadas, móveis, a Tv, o monitor e todas coisas que não são identificáveis no escuro. É como se aqui, cada coisa anulasse a outra, o barulho do fone anulando o silêncio, a luz do monitor anulando o escuro os moveis e objetos anulando o vazio. Mas nada realmente existindo. Por traz do barulho do fone ainda ouço o silêncio, a escuridão ainda resiste à luz do monitor, e o vazio, continua dentro de mim, mesmo com tantos móveis.
Não é o tempo todo que agente pode parar tudo e olhar de frente pra vida. Encarar nós mesmos, e tudo o que fizemos até hoje com sinceridade... Sinceridade e desespero. Desespero sereno, que nos assusta e nos deixa imóveis, só olhando os fatos passarem na nossa frente.
À umas 30 horas eu tive uma dor terrível de cabeça, daquelas que me fazem perder os sentidos, que me fazem querer morrer. A dor de cabeça é realmente pior que as outras. Em qualquer outra parte do corpo, você ainda vai ter o seu cérebro funcionando plenamente, te dizendo que a dor vai passar, ou tentando abstrair a dor, mas na dor de cabeça, seu cérebro não consegue pensar em nada direito, você só fica em frente uma privada com o dedo na garganta esperando tudo passar e você tomar de volta o controle dos seus pensamentos.
Não espero compreensão. E nem preciso que ninguém acredite em mim. Acreditem no sentimento... só isso importa pra mim: Sentimentos.

Saturday, November 17, 2007

Vitor contra o sentimento de peixe.

É estranho, difícil, e ao mesmo tempo, não-complexo decifrar um peixe.
Ele abre, e fecha a boca. Pense Naqueles peixões cinzas, com olhos redondos e vazios, e a boa, sempre abrindo e fechando.
O que um peixe sente?
Acho que peixes tem um sentimento indiscritivel. Quem já se sentiu um peixe sabe como é indiscritivel...
Um exemplo de quando eu me sinto peixe é quando eu estou de ressaca. Quando eu fiz tudo que eu podia, fui feliz, vivi ao extremo e então a noite acaba, eu durmo, e quando acordo sou um peixe. Cansado demais pra sair e viver de novo, feliz a pouco tempo o suficiente pra impedir a depressão. Eu passo um dia de ecos e sombras da minha vida, fico parado olhando pra Tv desligada até ela perder a forma, e parar de parecer uma Tv. Fico entre várias emoções e sentimentos já nomeados, tédio, desanimo, nostalgia, dor, desespero, mas acima de tudo, um peixe.

Hoje, me senti um peixe, e fui vomitar no banheiro de um supermercado pra ver se eu melhorava. No banheiro tinham pessoas que eu conhecia e não queria que me vissem vomitando. Sei lá, preciso dividir minha vida. Preciso aprender a conversar e a contar historias, e preciso das histórias das pessoas, não sei bem por que, mas isso vai me trazer de volta pra vida.

Friday, November 16, 2007

Sem título - Bloco de notas

sou a idiotice encarnada em pessoa. ou pelo menos me dou ao direito de sentir-me assim.no momento não quero nada, e também por isso não faço nada.no começo do dia eu tinha planos de ir pra praça e puxar conversa com a primeira pessoa simpatica que eu visse sentada num banco. mas o destino não contribuiu com os meus planos me dando um dia terrivel pra viver, terrivel no sentido clima, mas em qualquer outro sentido de 'terrivel' seria valido.eu provavelmente nunca vi tão pouca gente online como hoje no msn. mas por algum motivo as pessoas não estão me fazendo tanta falta.provavelmente quando eu acabar esse texto vou fumar, e eu só vou fazer isso pra poder me classificar por alguns minutos.é importante uma pessoa saber o que esta fazendo, por exemplo, eu nesse momento estou escrevendo. e no momento seguinte vou estar caminhando em direção à area de serviços. E então vou fumar. Melhor, vou Estar fumando.é bom garantir que em momento algum você se pergunte "o que mesmo eu estou fazendo agora?" e descubra que não faz a minima idéia.
eu pensei em publicar isso no blog. nesse momento são só alguns caractares num bloco de notas entregues ao acaso, por que eu vou fazer com eles uma espécie de roleta russa.deixe-me explicar meu metodo: eu cliko no "x" pra fechar a janela e aparece a seguinte mensagem: "Seu arquivo Sem título foi alterado.
Deseja salvar as alterações?Sim Não Cancelar"
eu deixo a cetinha pra direita apertada selecionando freneticamente uma das três opções, fecho os olhos e aperto enter. E esse é o meu critério pra decidir se um texto deve ou não ser salvo.hoje eu vou fazer algo diferente, novas regras pro meu jogo interno: Se cair em cancelar, eu publico no meu blog.Bom, você que está lendo esse texto agora pode deduzir o que vai acontecer.[ou o que ja aconteceu, pra você.]

Tuesday, November 06, 2007

textos irrelevantes/h

eu quero fazer um trabalho bem feito, colocar nele tanto de mim que quando eu acabar eu vou sentir aquele vazio que não pode ser definido como "bom" ou "ruim", simplesmente por ser a ausência do bom e do ruim. Mas não consigo. Consigo fazer textos dos quais eu me arrependo antes mesmo de terminar, textos que se pudesse, se existissem no mundo real, eu amassaria e arremessaria em direção ao lixo. Mas não, nesse mundo de mentirinha eu ao invés de jogar no lixo, eu publico num blog, pra minha própria vergonha.
Eu tenho um misto de vergonha, raiva e desprezo quando leio algumas coisas que eu escrevo. Não é eu. Não precisa estar bom, só precisa ser eu, e isso não é eu.
Acho que descobri quem sou, mas não sai além de mim essa idéia de quem eu sou. Não está marcado nas minhas escolhas, no meu dia-dia quem eu sou. O vitor de verdade fala coisas legais, mas só na minha cabeça. Ele vê o mundo de um jeito diferente, melhor, masisso dentro da cabeça de um vitor de mentira, falso, criado como uma mascara pra esconder o vitor de verdade.
Sou uma mentira...
No fundo, quase todo mundo que faz alguma coisa que dizem ser boa se sente enganando o mundo. E eu faço algumas. Elogiam. Elogiam as mentiras que eu faço. Uma boa palavra pra definir esses elogios seria bullshit. Mas como eu falo português serve 'mentira'. Mas são tão falsos quanto os que eu faço às pessoas, ninguém no fundo é sincero.
ou talvez sim, não sei.

Eu estou indeciso, tão indeciso quanto irrelevante. Como aquele risco que é incerto no papel, embaçado e claro, que no fim não serve pra dividir nada, só esta lá pra ser ignorado.
Queria conseguir, queria escrever, queria existir.
Sinceramente? eu queria também apagar esse blog.
Mas não, o eu não faço isso, não farei, por que de tão babaca aprendi a conviver com o passado. Todos sabem que pessoas de verdade apagam, esquecem ou bloqueiam o passado, mas não, eu tenho que inventar de 'conviver pacificamente com o passado'! Eu devia, sei que devia me importar com o passado, mas nem isso eu consigo!

Hah, me perdi no texto mais uma vez. Já quero apagar ele antes mesmo de publicar! Eu queria escrever, só escrever, sei lá, no fim, nunca importa sobre o que. Você digita "assunto" no google, e qualquer coisa que aparecer lá pode se tornar um texto, desde que você pense sobre o assunto decentemente, e passe o que você pensou em palavras. Mas eu não, ou erro na hora de pensar ou de passar pra palavras, no fim, o resultado sai o mesmo: Uma catástrofe.

Sinto um vazio de objetivos. Eu pensei numa metáfora boa. não sei exatamente pra que, provavelmente pra expressar o que eu sentia em relação a ser eu.
"...é como se você botasse um excelente programa de xadrez pra jogar contra o melhor e mais complexo computador-jogador-de-xadrez do mundo. O programa vai fazer uma excelente partida, mas vai perder. Esses programas, conseguem prever muitas jogadas à frente, o que significa que logo na segunda jogada ele já saberia que vai perder pro computador superior, ele o fim do jogo, varias possibilidades de fim de jogo, e em todas ele perde. Síndrome de Cassandra..."
Então eu parei de pensar.
Não sei exatamente o que eu quis com isso, e eu queria fazer um ultimo-inútil-comentário nesse texto totalmente dispensável: eu pensei isso enquanto eu cagava.

e um bom dia pra você, humano.

texto irrelevante.

um bom jeito de ter uma noção do futuro é analisar os jovens.
Como vai estar a sociedade daqui à uma ou duas décadas, se agora os jovens são totalmente inconsequentes, incorrigivelmente jovens?
Mas sempre são assim os jovens, incorrigíveis, até que um dia mudam. Esses jovens de hoje em dia eu vejo como aqueles caras que trabalham numa empresa qualquer, lotam shows, com seus apartamentos pequenos e bagunçados. E também desses jovens vão sair uma grande leva de gente totalmente irrelevante, dessas como sempre foram as pessoas ao longo das décadas. Acreditando no que lêem nos jornais, preocupados com aquecimento global, com os preços que nunca param de subir, conversando sobre politica e todo o resto.
O que realmente me assusta, são as crianças de hoje em dia. São uma coisa doentia. Claro, com excessões, talvez até as doentias sejam as excessões, mas são doentias demais. Daqui à vinte anos teremos uma geração de adultos que nunca foram crianças de verdade, e por isso nunca serão adultos de verdade. Uma geração de adultos que não liam gibis da mônica, ao invés disso iam na banca e roubavam uma Playboy. Não, isso não é anormal pelo fato em si, e sim pela idade em que isso acontece. Uma criança de 8~10 anos não deve fazer esse tipo de coisa, não deve ser bombardeada com tanta informação, não se pode cobrar de uma criança estética, relacionamentos, consciência global, não dá certo.
Você vê pequenos assaltantes saindo das favelas cedo demais, e ao mesmo tempo, jovens empresários aos 12 anos. E as uma criança considerada saudável hoje em dia passou dos 2 aos 14 anos em frente um videogame, uma TV, um computador, sem amigos. A noção de relacionamento que agente cria quando é criança agora é formada pela televisão. Você tem noção do que é uma outra pessoa assistindo a algum filme totalmente fora da realidade.

Nunca vi tanto potencial desperdiçado.

Provavelmente a sociedade vai se dividir de uma forma drástica, não como essas divisões de linhas no mapa, prevejo uma coisa mais real como um lago com crocodilos separando os futuros adultos.

Ainda bem que eu morro cedo, e coitado de você que vai ficar pra ver a merda se fazendo ;D!